Eis o meu texto…
A coroa falsificada
Era uma vez, há
muito, muito tempo, há mais de dois mil anos,
uma
cidade, Siracusa, junto ao mar que após muitas lutas enfrentar, acabou
conquistada por romanos.
Era uma vez
um rei que ali reinava, Hieron era assim que se chamava.
Era uma vez
um grande sábio, Arquimedes, autor de muito invento,
cuja
história perdurou no tempo.
O rei decidiu
mandar fazer uma coroa especial digna da sua condição real.
Do seu vasto
tesouro, retirou um certo peso em ouro e deu-o a um afamado joalheiro.
Terás que me
fazer uma coroa com que possa deslumbrar o mundo inteiro.
O joalheiro, quando
a coroa terminou, rapidamente ao rei a entregou que o peso ali logo
confirmou. Só que depois pensou:
Será que esta coroa é toda em ouro, ou
algum ouro por prata foi trocado?
Sendo que o ouro é
bem mais valioso, se o joalheiro fosse pouco escrupuloso, fazia a troca e
ficava a lucrar sendo difícil alguém desconfiar se nada
mais fizesse que pesar.
Só que o
rei pesou, mas mesmo assim desconfiou…..
O peso coincide com
o do ouro que lhe dei mas mesmo assim, não sei….
Por certo Hieron era um rei desconfiado.
Lembrou-se de Arquimedes
para resolver um tal dilema. Chamou-o e expôs-lhe o problema.
Arquimedes,
por mais que puxasse da razão, não conseguia encontrar a solução.
Começava a
ficar desanimado e pensava da tarefa desistir,
mesmo
sem saber como Hieron iria reagir.
Mas um dia,
quando numa banheira mergulhava, reparou que alguma água
transbordava.
Pensou:
Eis a explicação.
E saiu da banheira,
nu, conforme estava.
“Eureka, Eureka” pelas ruas
gritava, enquanto corria em grande excitação.
Queria assim dizer,
com tal satisfação, que acabara de encontrar a solução.
Se a coroa tivesse
alguma prata teria que ser maior, forçosamente e mais água
iria transbordar,naturalmente.
Resolveu então
experimentar. Pegou na coroa e em ouro, em peso igual, e
ambos em água mergulhou.
Constatou que,
afinal, a coroa mais água fazia transbordar pelo que
não havia mais que duvidar.
A coroa fora
falsificada, com ouro e prata fora fabricada.
O joalheiro, que
devia ser ambicioso, fora pouco escrupuloso, trapaceiro.
O que lhe aconteceu
não conta a história nem tão pouco o seu nome ficou para memória.
Tão pouco se sabe o
que aconteceu à coroa real.
Tê-la-á o rei
usado ou será que simplesmente a pôs de lado?
Tê-la-á mandado
fundir, para fazer de novo uma coroa
que
pudesse luzir junto do povo, feita de ouro, toda por inteiro?
Terá chamado um
outro joalheiro ou novamente o ourives trapaceiro?
Se para estas
questões houve respostas o tempo as apagou, mas
para sempre ficou o nome de Arquimedes, autor de muito invento que
ainda hoje, passado tanto tempo, se fala dele com admiração.
É principalmente
devido à impulsão, para a qual ele arranjou explicação, que ainda hoje,
passados tantos anos, navios continuam a cruzar os oceanos.
Pela ciência tinha
tal paixão que um dia traçava círculos no chão
para
resolver um problema que trazia em mente quando, de repente,
se
aproximou dele um soldado romano de espada na mão.
Rogou-lhe
Arquimedes:
Por favor, ainda
não, estou quase a encontrar a solução. Deixa-me só testar este meu plano.
Mas o soldado
romano não devia ter paixão pela ciência.
Num acto de
grande inconsciência e, sem a mínima consideração,
brandiu
a espada que tinha na mão.